12 de jun. de 2010

O esquecimento proposital

                                            O esquecimento proposital

Vi esses dias uma ex-usuária de maconha criticar um fumante de tabaco de forma xiita. Na hora pensei em elucidar a pessoa, dizendo: "Oi, você tem um passado, lembra?", mas fiquei fria -- gelada para falar a verdade. Cada um mostra para o mundo o que é oportuno; o que nos desabona, escondemos.
Sabe, essa coisa de estar quase nos trinta me pega às vezes. Vejo várias pessoas de 30 e poucos ou muitos, "garganteando" exemplos furados e sim, esquecendo de seu próprio passado. Claro, o importante é se perdoar -- foda - se a opinião alheia --, afinal de contas os erros surgem justamente para que possa existir o arrependimento, um aprendizado. O normal é fugir do que nos prejudica e mudar. Sim, mudar para melhor! Agora o que incomoda são os que se colocam como exemplo e simplesmente deletam da sua mente toda a merda que fizeram, como se atualizassem uma página com texto novo no blog, fazendo parecer tão simples como deletar uma poesia ridícula do bloco de notas do computador.
É aquela lógica, que faz do "vizinho" estar redondamente enganado. O "vizinho" é um estúpido que tira o lixo um dia antes do lixeiro passar. O "vizinho" também está errado por brigar com a esposa aos berros e me fazer roubar a briga e escrever um conto. O "vizinho" é burro por gastar dinheiro comprando pinga no bar da esquina .O "vizinho" também é um sem coração que some e não dá notícias. O seu "vizinho" é tão errado que o desafio a se colocar como exemplo de vida e de conduta. Esses que criticam tanto seus "vizinhos" deveriam mostrar ao mundo sua fugaz diferença, sua história de sucesso pessoal. Afinal de contas, andar sempre nos trilhos é para poucos e admiro uma pessoa incrível assim. Incrível no sentido fantástico e fodástico da palavra!
Vejo muito pouco um  alguém qualquer fazer uma autocritica com sucesso. Na maioria dos casos a autocritica vira uma mania que todos em volta devem suportar. Logo, o tabaco do cidadão ao lado vai sempre incomodar um ex-fumante de maconha. Ele vai reclamar, discursar seguindo a máxima política, onde gritando primeiro as merdas dos outros faz com que as nossas pareçam menores.
"Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa?" Não, isso vai depender da nossa disposição em olhar para dentro e fazer a autocritica funcionar ou continuar condenando o tabaco do "vizinho", esse sim um horror!

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir

Livre para opinar, mantendo a educação..