22 de abr. de 2010

A Lei dos 100%

Hoje em dia e a cada novo dia uma atitude pouco generosa se manifesta através dos mais diferentes meios de comuncação, sejm midiáticos ou cotidianos, entre nossas relações pessoais: o está comigo ou contra mim.


  • Se você pender para o lado Serra nas próximas eleições, é totalmente contra, sem restrições ou atenuações, à candidata governista.
  • Católicos detém a verdade sobre a fé, enquanto muçulmanos são terroristas, sem lembrar que se Jesus Cristo não desse "margem de erro" à religião dominante, seriam hoje todos os cristãos, judeus.
  • Colorados limpam chão com a camiseta do Grêmio, dado pela madrinha ao garotinho que nem tem a opção de escolha ainda, mas que pais zelosos firmam posição de que seja já anti-tricolor.


Já comentei antes por aí que faltam as devidas nuances de cinza em nossas decisões. Em nenhum momento de nossa vida deveria ser permitido a hipócrita decisão polarizada entre o bem e o mal, o preto e o branco, o negativo e o positivo.


Uma verdade que nos chega por meio da ciência da Física: Os opostos se atraem. Sendo assim, de que adianta tomarmos decisões radicais, se exatamente essas decisões atrairão opiniões divergentes na mesma intensidade da opção firmada com tanta razão e certeza por você?


A lei dos 100% não falha e é totalmente comprometedora. Não dá margem a ajustes futuros. Deixa suas atitudes engessadas sob a bandeira empunhada e, venhamos e convenhamos, já foram tantas as bandeiras que caíram por terra que é óbvio que a sua cairá também. A história é cíclica e todos os padrões impostos por ela vão e voltam ao bel-prazer caprichoso da sociedade dominante a cada época de nossa civilização.


Eu já fiz minha opção política. Mas não dou a meu candidato a certeza de que o que ele fizer estará bem feito. Quero o benefício da dúvida. Quero ter espaço suficiente para o jogo de cintura que permita-me eventuais mudanças de opinião ou de atitude.


Se as cores da paleta do artista fossem racistas e evitassem a todo custo a mistura entre si, teríamos um mundo enfadonho em 3 ou 4 cores. Grandes obras do homem seriam relegadas à imaginação de poucos, capazes de misturar, mexer e quem sabe, fazer o rebolation.





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Um comentário:

Livre para opinar, mantendo a educação..