Sou, conforme me disseram no Twitter dia desses, da extrema-direita conservadora, mesmo que eu acredite que seja somente alguém que não pensa sob o domínio dos clichês midiático-partidários. Também sou cidadão brasileiro que acredita uma furada sem tamanho esse papo de "não desisto nunca", que quer nos fazer crer que não existe outro remédio a não ser bater com a cabeça na primeira parede que aparecer pela frente. O famoso dar murro em ponta de faca, eternamente.
Nós brasileiros somos pessoas do bem, mas existe uma grossa camada da população que é acostumada a ler as três primeiras linhas, duas do meio e o parágrafo final de um texto qualquer, para logo teorizar sobre o tal escrito como se fosse doutor do tema. Cultura fast food.
Um exemplo claro do que é ser um brasileiro do lado bom da Força é a questão da Ditadura no Brasil. Basta alguém falar sobre nosso período militar para dois tipos bem distintos levantarem suas vozes e gritarem "Nunca Mais!": Os esquerdopatas que à época queriam "liberdade de expressão" e hoje promovem a libertinagem ampla, geral e irrestrita na política nacional, e os jovens que por falta de fontes históricas (pois no Orkut ou no MSN não existem fontes confiáveis), creem na propaganda do primeiro grupo. E pela união das vozes, nada de bom aconteceu no Brasil por mais de 30 anos.
Assim, ser politicamente correto hoje em dia é simples: Você só presta se nunca tiver sido militar, for negro, homossexual e sem terra.
Nossa ditadura militar foi tão ruim assim? No meu caso específico, não. Durante os anos de chumbo um certo porteiro de fábrica estudou e se tornou advogado, havia dinheiro para jantares familiares em restaurantes ao menos uma vez por semana, um carro pago na garagem de uma casa sem finaciamento. Tudo isso baseado na premissa do "País do Futuro", que encontrava sob o "Ame-o ou Deixei-o" amparo suficiente para ser verdade.
O pais do futuro perdeu o bonde da história.
Aconteceram excessos? Claro que sim! Pessoas sumiam, foram torturadas, morreram sem identidade ou quem os reconhecesse? Sim. Mas não esqueçam de um porém, nunca levado em consideração: "Não houve ditadura, posto que havia uma Constituição a ser seguida", disse em entrevista recente Newton Cruz ao canal GNT. Mais um excesso, pois sabidamente estivemos sob regime ditatorial, mas vale a pena ver que os conceitos à época eram outros. Se formos comparar nossa Ditadura com as vizinhas da América Latina, aqui foi até brando. Não foram suspensos os direitos civis de ir e vir, mas sim o de contestar uma nova ordem que, lembrem-se ou estudem, foi solicitada pelo povo. Muito diferente do que é Cuba ou Venezuela, Irã ou China, mesmo em dias atuais.
Hoje em dia qualquer ato militar é tido como um retrocesso. Vejam a manisfestação recente de "professores" em São Paulo. Os manifestantes que queimavam livros e apedrejavam policiais eram os cidadãos. Mas os policiais, ali presentes para se fazer a ordem e preservar o estado de direito, são sempre taxados como escória a serviço do Governo.
Não esqueçam que esses policiais são - mal - pagos por nós para exercer sua função, pondo sua própria vida em risco conta traficantes, assassinos e "professores". Aí, quando botam a mão no cacetete para se defender da turba alucinada, que incitada por palavras de ordem démodé partem para agressão com paus e pedras, alguém sempre grita "Ditadura!!!". Independente do motivo que os levou a vestirem uma farda, ali existe alguém que deveria ser considerado protetor e que está sob ordens, enquanto em casa esposa/marido e filhos esperam que volte vivo para a família.
O brasileiro não gosta de leis que os punam, mas de leis que o deem o direito de levar vantagem em algo.
Deveres e direitos tornaram-se conceitos abstratos desde o dia em que matérias escolares como OSPB (organização Social e Política Brasileira) e EMC (Educação Moral e Cívica) foram tirados da grade de estudos.
Constituição, a tal Carta Magna, leva a assinatura pro forma e não de facto do presidente do pais, zelador de nosso mais importante documento.
E vão me dizer que o problema são os milicos?
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