3 de jun. de 2010

socialmente falando

Redes sociais me fascinam desde quando o mIRC era o auge da convivência internética. Em uma tela preta e feia, com milhares de comandos mais feios ainda, você podia interagir com pessoas do mundo todo, desde que soubesse -- ou conseguisse -- encontrá-los. Depois vieram ferramentas de interação cada dia mais e mais fantásticas e com mais recursos, de emoticons do MSN aos chats que durante anos foram líderes de compartilhamento de ideias, por piores que fossem.

Hoje o auge é o Twitter. Sim, tem o Facebook, o Orkut e sabe-se mais lá o que, mas Twitter é senhor do papo virtual em tempo real, com seus 140 caracteres máximos deixando as conversas ágeis e, por que não, fáceis. Algo que tem me chamado a atenção durante as incursões tuiteiras é a quantidade de intelectuais. Pessoas de fino saber que sempre tem uma importante reunião (ir ao banheiro), um projeto a apresentar (jantar), que esculpem os corpos na academia (levar o lixo para a rua) e assim por diante. Essas mesmas pessoas também são craques em presentear-nos com citações próprias copiadas de outros.

O que estou querendo dizer é o seguinte: as pessoas continuam, desde os tempos do mIRC, a criar uma personagem fictícia no meio virtual. Que seja um aspiração pessoal, um 'eu queria ser assim' ou mesmo um enganador contumaz, nunca nos livramos de irreais perfis, onde pode-se ler que fulano de tal é escritor, caminhoneiro, sushiman, fotógrafo, pinta paredes, roça quintais, joga bingo e, mais importante de tudo, é blogueiro.

É tão ruim assim a vida real para que seja transformada, maquiada em interessante no meio virtual? Não necessariamente. Muitos agem dessa maneira até como meio de proteção. Ou seja: o cidadão cria um perfil no mas famoso meio de troca de informações (sejam inúteis ou não) e quer ter a tal privacidade intocada. Vale a mesma observação que vi em um show de stad up outro dia, onde o humorista conta sobre o alpinista que sobre, sobe, sobe a montanha, chega no cume e desce, desce, desce a montanha, quando não morre no meio do caminho. Aí a pergunta é: "Subiu nessa merda de montanha para quê, porra!". Quer privacidade? Sai da internet, cáspita!

"Mas David, para que escrever isso que todo mundo sabe, sua besta?". Simplesmente porque não tenho nada para fazer agora. E queria dar pitacos, do tipo sejam reais, aproveitem a ignorância e usem-na como pretexto para aprender mais, sem medo. Não tirem de si o direito de ser criticado por algo imbecil que você escreveu, pois é melhor ser considerado imbecil por meio das próprias palavras que  ser um imbecil citando alguém há muito tempo morto e de quem ao menos 10% da população mundial conhece as frases de cor.

Sejam reais e acostumem-se a tomar tapas na cara da mesma maneira que na vida real, porque vou te falar uma coisa, gente que insiste em ficar dando repeteco nas burrices dos outros é de um tédio sem noção.





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