Há alguns anos tive aquele
estalo em uma conversa entre ego, id e alter-ego. Uma revelação que
me dizia que ou eu começava a entender de política ou jamais
conseguiria mudar os rumos do país. Sim, pois em princípio e por
definição, política é a arte ou ciência da organização,
direção e administração de nações ou Estados e como faço parte
de uma Nação organizada em Estado, faço parte desse processo,
certo?
Errado. Não que eu
tenha desistido de escrever e/ou ler sobre política, não é isso.
Não quero ser uma alienado. Só passei a preservar minhas opiniões
que, em realidade, pouco serviram a qualquer pessoa até o presente
dia. Ou seja: você se indispõe com gente antagônica politicamente
por nada, pois de outra forma, se o assunto fosse a capa da Playboy
do mês por exemplo, poderia acontecer de eu conseguir ampliar minhas
relações de amizades. Algo muito mais sadio, concordam?
Durante muito tempo
fiquei colado nos políticos de nosso país, para o bem e para o mal.
Tinha a paciência de entrar em portais governamentais e estudar --
sim sinhô! es-tu-dar -- cada empenho, convênio e cartões
corporativos administrados pelos Três Poderes. Despendia um tempo
que não tenho com assuntos que não resolveria em hipótese alguma.
Aplaudi deputados que
mostraram ter vergonha na cara em determinadas situações para em
seguida me sentir um idiota completo, quando o mesmo cidadão eleito
faria uma asneira onde apareceria seu nome em meio a alguma
falcatrua. As coisas de nosso país se resolvem somente por meio de
conchavos criminosos, onde desclassificados regados a vinhos e
uísques caríssimos decidem -- ou não decidem, que é mais comum --
os rumos de nossa Bananolândia.
Assim, desisto de
acompanhar a política. Porque sou dono de meu nariz e quem decide de
minha vida sou eu mesmo, independente do bola da vez que faça de conta
gerenciar o Brasil. Legisladores que fazem leis em causa própria,
juízes que julgam conforme tendências político-partidárias nem
mais acobertadas pela venda da Justiça ou membros do executivo que
estão se lixando ao que acontece fora daquela Ilha da Fantasia
chamada Brasília, passaram a fazer parte do rol de pessoas que não
quero em meu dia a dia. Na realidade, quero mais é que todos,
independente de partido ou ideologia, confessem os crimes que -- eu sei -- em muitos casos foram
obrigados a cometer por conta de alianças indigestas
e improváveis em outros tempos, com mais sobriedade e ética.
Eu pago -- ou não --
minhas contas. Eu. Ninguém pertencente ao mundo político fez algo
por mim ou por alguém que eu conheça. São seres irreais, curtindo
a virtualidade de telejornais, enquanto às costas de seu eleitor
angariam mais e mais moedas, trinta de cada vez.
Sou escritor, editor e
mais uma porção de funções aprendidas na marra e no bambolear das
ancas da vida. E sou eleitor, frustrado com a ignorância daqueles
que se dizem defensores do povo.
Senhores, estou
cagando para os senhores. Só me deixem viver em paz.
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