24 de set. de 2009

Um dia, quem sabe...


... alguma coisa que ocorrer em Brasília será realmente "do povo e para o povo". A cada dia que passa o meu desencanto é maior com os Três Poderes.

O que tem ocorrido em Honduras é um caso clássico de esquizofrenia política e é um ótimo exemplo, onde se podem notar todos os tipos de loucuras possíveis:

1) A ONU não vale de nada:

Isso ficou claro quando o Brasil resolveu abrigar Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras. Se existe uma Organização que, em princípio, deveria agir exatamente em casos assim, por quê se meter onde não é chamado? Como Chávez declarou, ele foi o mentor do retorno de Zelaya a seu pais, utilizando para isso desde carros de James Bond até balões de gás.
Para início de conversa:

A Suprema Corte acusou Zelaya duas vezes de agir ilegalmente e o procurador-geral de Honduras afirmou que ele deveria renunciar à Presidência.



Entenderam? É um assunto interno de uma República soberana que teve peito de depor alguém que foi considerado nocivo à Nação. Coisa prá macho, não para brasileiro.

2) O Brasil é "O cara".

Existe uma grande diferença entre a pessoa física eleita para um cargo qualquer e a pessoa eleita que representa o cargo. Lula não é o Brasil. Lula foi eleito por uma maioria (burra, mas maioria) a quem ele deveria, por princípio, zelar.
Lula é aquele, como foram outros mais dotados antes, que deveria honrar nossas relações externas de amizade com bom senso e não mais criar constrangimento público diante da Assembléia da ONU, como aconteceu ontem. Se ele foi aplaudido por ter abrigado Zelaya, deve ter sido execrado por suas amizades. E digo suas pois, contrariamente ao que ele disse ontem em entrevista, a aproximação do Brasil com os abaixo citados não é interessante em hipótese (honesta) alguma:

- Lula e Khadafi: Muamar Khadafi, terrorista que "deixou o terrorismo de lado" quando os EUA bombardearam sua mansão, quase matado seu filho, lá pelos idos dos anos 1970. A partir daí ele passou de mentor a financiador da violência:
“Esse é o momento do Khadafi visitar o Brasil”, disse Lula, de acordo com a transcrição da entrevista divulgada pelo Palácio do Planalto.
O presidente disse ainda que “há muito tempo” tem “uma boa relação” com Khadafi.


- Lula e Chávez: Mais conhecido e próximo aos brasileiros, Chávez é o modelo perfeito de ditadorzinho de terceiro mundo; incita e corre, grita e esconde, bate e assopra. Constrange até mesmo seus "aliados" e não aprende nunca a calar a boca. O maior problema não é a postura que chega a ser de picadeiro, mas levando-se em conta que todo louco é perigoso, um louco com petróleo e armas na mão é um problema enorme.

Neste caso especial, em Honduras, teve papel decisivo: armou a volta de Zelaya ao pais, fez com que a Embaixada brasileira o recebesse e...sumiu. Só voltou aos faróis da mídia que ele tanto detesta (mas de onde não some) para tomar os créditos do contrabando presidencial.

- Lula e Castro: Fidel Castro já deu não?

- Lula e Ahmadinejad: Esse é um perigo. Não tem medo e tem apoio para fazer todo tipo de declaração, mesmo que isso soe um tanto nazista. Quer ter armas nucleares. E Lula lhe aperta as mãos, após grande número de delegações deixarem a Assembléia quando o presidente iraniano começou a falar. Um fiasco? Não...foi em pro das boas relações internacionais, com um país que quer simplesmente exterminar outro. Simples assim.

- Lula e Obama: Brasileiro que é brasileiro votou no Obama. Mesmo aqui em Santa Cruz do Sul, RS, é possível ver adesivos "We Can" em carros. Para Obama Lula é o cara. Poderia levar para os EUA e colocar no lugar do Arnold "Terminator" Schwarzenegger. Infelizmente "We can´t".

Obama é o cara, na realidade. É esperto. Invés de se meter com essas republiquetas das bananas, manda o boneco de ventríloquo no lugar. E ele vai e quase tem um orgasmo, achando que assim garante até mesmo uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. Espere a próxima votação para ver...

3) Oportunidade para intercâmbio...e férias!

Agora, nosso honrado Congresso Nacional, representado por uma Comissão de Parlamentares liderados por Ivan Valente, do PSOL (!!!), quer ir até Honduras. Fazer o quê, não sei...mas que vão, isso vão. Terão que dar um jeito nos passaportes, já que o Brasil não reconhece o atual Governo "golpista" de Honduras. Precisarão levar alimento, já que nem mesmo os funcionários da Embaixada estão recebendo a ração diária. Com aeroportos fechados (embora neste exato momento -- 15:39 -- estejam abertos, sabe-se que o toque de recolher mais uma vez retornará), nossos doutos homens (e mulheres, já que vi a Manuela ComunaComCarroImportado rondando em uma matéria na tv) terão que dar um jeitinho de se aproximar da capital hondurenha, sem chamar muita a atenção.

E tudo isso com um enorme PARA FAZER O QUE LÁ?????? Provavelmente curtir férias remuneradas ou fazer piquete na frente da Embaixada sitiada.

Nossas relações exteriores não fazem jus a nosso pais. Precisamos urgentemente rever conceitos e prioridades. Todo movimento governamental tem um custo. E nós, populacho...aquele de onde emana o poder, temos que bancar os desvarios de grandeza e poder de uma facção instalada no comando, por culpa do SEU voto.




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