12 de ago. de 2010

Uma gaudéria

Quem me lê faz algum tempo, sabe que eu tento escrever poesia gaudéria. Não é um "luxo" de poesia gaudéria, mas com treino se pega o jeito!

III.

Tu que me olhas como cabano triste
Não amolece o peito na marra
Enquanto isso danço o maçanico em riste
Espantando micuim não te dando as caras.




Não tenho rancor nem sou monarca
Só não tolero vivente a gambetear
Correndo e fazendo fuzarca
Eu fico só a ladear.



Preferia que tu fosses matreiro
Pois valeira a pena gastar saliva
Mas tu passa mel nos beiços
E não vale a narrativa.



Pode fingir que caiu um cisco
Não levanto nenhum dos cinco mandamentos
Melhor tu voar como um risco
Pois não churrasqueio no mesmo espeto.




Glossário:

Cabano: cavalo de orelha caída

Maçanico: Dança gaudéria

Micuim: inseto de grama

Gambetear: poeder irregularmente, de forma pouco honesta

guaipeca: cão pequeno, cusco, cãozinho ordinário

ladear: Desviar, tirar da frente.

Matreiro: pessoa esperta, evasiva, má fé

Passar mel nos beiços: Agradar para enganar

Cinco mandamentos: A mão, dedos da mão

Churrasquear no mesmo espeto: grande amizade com outra pessoa.

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