23 de dez. de 2009

A Divina Guerra

.Faço parte de um pequeno grupo de pessoas que não tem fé. Sim, muitos tem a certeza da inexistência de um deus legislador, amoroso, paternal, criador, onipresente, onisciente, mas eu não me enquadro nesse meio. Eu não tenho fé por não conseguir sentí-la, e não por não querer-la.


 

.Entenderam a falta de senso prático disso? Eu queria poder acreditar em algo, mas não consigo. 

 

 

.Talvez minha porção racional do cérebro seja dominante sobre a emocional ou simplesmente eu seja realista e cínico demais para concordar com aberrações históricas descritas nos ditos livros santos.


.As religiões, contrariamente ao fim que deveria se destinar - unir aos povos, amar uns aos outros e outras meiguices que fazem parte dos bons corações que as professam - são as maiores causas de guerras aqui em nosso planetinha, em todos os tempos.


 

.Religiões pregam o ódio, não o amor.


 

.Existem, claro, pessoas bem intencionadas e de coração puro que tem a FÉ (tendo-se em mente que  fé seja a crença no inexplicável) e propagam a bondade acima de tudo:


 

."O Islam não ensina, nem os muçulmanos desejam, a conversão de qualquer pessoa pelo medo, pela ganância, casamento ou qualquer outra forma de coerção."


M. Amir Ali, Ph.D

 


."Sobre três coisas se sustenta o mundo: o estudo da Torá, o serviço Divino (a oração) e guemilut chassadim, os atos de bondade."


Pirkei Avot - A Ética dos Pais

 



.E como os exemplos acima, podemos encontrar milhares de citações de pessoas mais ou menos eruditas, que realmente crêem no que dizem. Acho bonito. Até tenho aquela pontinha de inveja. E é inútil. Para cada frase com bom senso, existem 100 outras que pregam o ódio.

 


.As grandes religiões conseguem com que mesmo as mais bem intencionadas pessoas pratiquem atos de fé que para mim, pessoa desapegada das coisas mágicas e misteriosas, deveriam ser corretamente nominadas como racismo, assassinato, genocídio, infanticídio, etc.

 


.Nos dois vídeos abaixo há um programa de Richard Dawkins, evolucionista convicto que questiona as coisas mais ou menos com a mesma visão das coisas que eu tenho, embora eu não seja seguidor dos ensinamentos de Darwin. Esses vídeos são de um programa exibido aqui no Brasil pela GNT.

 



 


.Agora, em um esforço de boa vontade, pensem em um mundo sem religiões. Haveria ainda crise no Oriente Médio? Ataques a civis nos EUA? Uma Irlanda separada? 

 


.Para nós, brasileiros, a convivência religiosa é amena. Sempre que esse assunto vem à tona, me vêem à cabeça a rua Ribeiro de Lima, em São Paulo, lá no Bom Retiro. Em um quarteirão, há uma Sociedade Judaica, que funciona exatamente ao lado de um restaurante árabe. De frente a eles, lojas e mais lojas de chineses, coreanos, indianos, bolivianos... Uma miscelânea, que faz de São Paulo o que é: uma cidade que abriga a qualquer um, seja de que raça ou credo pertença. Mesmo ali já presenciei situações constrangedoras, como um judeu ortodoxo que se recusa a ficar a seu lado, ou um cristão evangélico que não aceita fazer compras em lojas de árabes. 

 


.A vida levada conforme os preceitos religiosos cria guetos, abominados mas presentes. O livre pensar, que me é tão caro, é abolido por preceitos ultrapassados e fúteis em si. Alguns exemplos, alguns de alas radicais e outros "por preceito"?

 


.- A Igreja Católica e sua postura com relação ao homossexualismo, ao aborto, ao HIV;

 


.- O Islã e a intransigência quanto ao homossexualismo, à  conduta da mulher (se você for homem, virgens o esperam no Céu);

 


.- O Judaísmo e sua crença absurda de que são simplesmente judeus. Esse é o ponto que mais me irrita: um judeu é judeu. Não é brasileiro, argentino ou etíope. Cerca-se dos mesmos muros e cercas que tanto deploram à época do Holocausto.

 


.Mais uma vez repito o que escrevi acima: alguns desses exemplos são levados adiante por radicais. Outros, como no caso da religião paulina, costurada "a pretexto" de Cristo, são ideias e conceitos arraigados no âmago do poder religioso.

 


.O ódio cego e crédulo, baseado em livros tão manipulados à vontade do governante da vez e ainda carregados de adendos que sabe-se lá de onde vieram é hipócrita. Por essas e outras é que, se eu fosse obrigado a seguir um preceito, seria o Confucionismo, que na realidade não é nada mais que uma filosofia pura, donde vem a Regra De Ouro, tão famosa e copiada:

 


."Faça aos outros somente aquilo que queres que te façam"





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